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04 abril 2014

5 coisas que Aikido pode ensinar sobre aprender Inglês


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Já treinei algumas artes marciais e nenhuma delas me deixou apaixonada como o Aikido. Treinei preguiçosamente durante algum tempo, mas a partir do momento que comecei a me dedicar com afinco, aprendi ensinamentos em poucos meses de tatame que tem muito em comum com aprender inglês. Não se engane, os erros que comento aqui já foram cometidos por mim, várias vezes.

kote gaeshi
- Perfeccionismo imediato. Quando você começa a aprender artes marciais, você não entra no tatame esperando executar as técnicas, mas é exatamente assim que age grande parte dos meus alunos. Eles tem uma aula sobre determinado assunto e querem saber o usar aquilo imediatamente! Se eu aprendo uma forma de kote gaeshi agora, hoje em dia eu só tento executar o que eu vi. Da mesma forma, não dá pra usar corretamente o vocabulário de partes do corpo mais adjetivos e a estrutura do simple present em terceira pessoa tudo de uma vez se você acabou de aprender tudo isso e não querer cometer erros. Repetição leva a perfeição. Clichê batidíssimo para praticantes, mas nem tão claro assim para outros estudantes. Sorry, mas ao fazer somente uma vez, você não vai aprender automaticamente, você não é o Neo e eu não tenho um chip para seu cérebro. Repetir suburi várias vezes me mostrou que é preciso reforçar o conhecimento; no tatame, no corpo e em aula, na mente. 
suburi

- Lidar com erros. Certamente eu poderia focar tudo que aprendi no Aikido somente aqui, mas vou me ater a dois pontos, este e o próximo tópico. Meus alunos geralmente perdem um tem enorme quando erram, não pelo erro em si, mas pelo comportamento a seguir: “Droga, fiz de novo”, “Por que não aprendo isso?”, etc. Eu faço EXATAMENTE a mesma coisa quando erro um irimi pela quinquagésima vez. Mas depois de observar meus alunos, aprendi a não gastar tempo e energia com esse auto-julgamento desnecessário que te traumatiza para a técnica/gramática. Errou? Repita e corrija.

irimi nage
- Seja menos orgulhoso. Algumas pessoas (como esta que vos escreve) não sabem como serem corrigidas. Eu aprendo isso cada vez que estou chorando e mesmo assim me submeto á técnica, de cara no tatame tomando ikkyos doloridos. Não existe “não gosto de ser corrigido” no Aikido. Se você não se dobra, a técnica te dobra. Claro que não posso fazer isso com meu alunos (hehehe), mas é uma lição valiosa de como deixar o orgulho de lado. Quando você é aprendiz, não é necessário ser submisso ao professor, mas é preciso aprender com ele, já que este é seu objetivo de qualquer forma.

- Faça com coração. Já perdi as contas de quantas vezes ouvi e li de várias formas “faça tudo com toda a sua atenção e tudo será divino”. Pergunto: quantas vezes você já estudou com toda a sua concentração? E quantas vezes você fez algo meia-boca? Eu também, oras. Mas quando estou só cumprimentando sensei ou tentando andar em suwari waza, tento usar todo meu foco. Ás vezes meus alunos perguntam algo em português por simples preguiça. Eu digo para que se esforcem e tentem em inglês, especialmente se é algo que já sabem. Quando um aluno fala em português por que “é mais fácil” e “eu não sei falar inglês”, não está usando todo seu potencial por desleixo.
É mais difícil do que parece...


- Finalmente: Não desista! Eu já quis não voltar mais aos treinos muitas vezes. Já me senti inadequada e burra. Já achei que era incapaz de aprender ao voltar para casa muitas vezes com o mesmo hematoma. Assim, eu sei qual é o sentimento dos meus alunos quando eles olham para mim de forma desanimada ao tentar responder uma pergunta. Infelizmente, nós adultos não sabemos sair da zona de conforto com facilidade e aceitar que ás vezes não somos “tudo aquilo” em outras áreas. Mas se soubermos nos curvar a nossa própria inabilidade, podemos ser melhores, sempre. Por isso eu não desisto do meu treino, e peço, por favor, não desista do seu sonho de falar inglês.

Referências:


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